segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Nova estrada
     Suspirou ao olhar a imensa estrada diante de si. Não havia nada que visse e pudesse reconhecer. Mas talvez devesse ser assim mesmo. O tal desconhecido, o famoso "novo" bem ali, a alguns passos, diante de sua tão frágil existência. O brilho do sol refletia na estrada, dando-lhe um ar de mágica, especial, única - a sua estrada. Mas, como seus olhos não conseguiam atingir o fim, a estrada dava-lhe também um ar de medo. Sabia, porém, que essa sensação não vinha da estrada. Era o desconhecido, o novo. Não podia voltar-se e reabrir a porta que deixara para trás. Ela era o passado; o seu presente futuro estava ali, à sua frente: aquela estrada. E era preciso prosseguir.
     Suspirou ao olhar a imensa estrada diante de si e sorriu, pois percebeu que não estava só. Ao seu lado, milhares de pessoas, todas de branco, todas sorrindo, com olhares cheios de esperança, desejo e o sonho de que tal estrada os levaria para o melhor. Magicamente (a estrada era mágica, já suspeitara), deram-se as mãos e ergueram suas frontes ao sol, recebendo o calor e a motivação de que tanto precisavam naquela nova jornada. E deram, juntos, o primeiro de muitos passos.

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