sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Naquele abraço

Tentando poetizar as tantas partidas que acontecerão ou já aconteceram hoje, aqui na Escola SESC de Ensino Médio. Tentando deixar gravado um pouco do misto entre dor e alegria  por ver que vocês encerraram essa etapa da vida. Tentando amenizar a própria dor, secar as próprias lágrimas, acalmar o próprio coração. 
Vocês sempre serão os primeiros... Que Deus os abençoe sempre. 

Era a hora de dizer adeus e ambos sabiam disso. Adiaram o quanto puderam, mas, quisessem ou não, chegara o momento em que não há mais pausas a serem dadas, nem hiatos que não sejam preenchidos. O momento exato que sempre se soube um dia chegar, mas sempre se desejou inexistente. A hora era chegada.

Olharam-se. Um levava uma mochila nas costas. O outro trazia a pequena mala nas mãos. O instante era de dor e tristeza, mas havia também uma magia que enlevava não aqueles corpos, mas os espíritos, a um estágio de leveza e nostalgia. Largaram tudo no chão - lá onde já estavam sua dureza, seu mau humor, sua solidão, coisinhas que aprenderam, com a magia da convivência, a largar, porque descobriram que o melhor é o coração mole, o bom humor e a parceria. 

E abraçaram-se. 

Naquele abraço, toda a paz, todo o bem querer e toda a felicidade que se possa desejar a alguém. Naquele abraço, um mundo de bons sentimentos, de boas lembranças, de braços dados e lágrimas em comum. Naquele abraço, as dúvidas de tanto tempo, as certezas que duram só um segundo, as expectativas de uma vida inteira. Naquele abraço, o encontro de duas almas, que se tornaram uma só naqueles anos de convivência. Naquele abraço, a cumplicidade, a concretude do significado da palavra "irmão", a generosidade da partilha, o companheirismo, a lealdade, o ombro sempre amigo, sempre presente, sempre tão seu.

Quando se soltaram, havia muitas lágrimas nos olhos de ambos. Mas sabiam que o momento já não mais se podia adiar.

Beijos nas mãos e o adeus marcaram, taciturnamente, uma despedida que, sabiam, se reproduzia uma centena de vezes naquele dia, naquele local. O fim de um começo que daria continuidade a muitos abraços e encontros, sempre únicos. Como aquele.

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