quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O beijo

O casal se beijava de maneira descansada e ao mesmo tempo intensa e apaixonada. Não havia pressa ou desespero, embora no beijo sobrasse paixão - que, por vezes, é desesperada. Havia carinho, cuidado e, digamos, até uma certa elegância. Corpos sincronizados, numa sinfonia de bocas, línguas, salivas, mãos, almas, corpos.
O tempo parecia ter parado, e as pessoas, à volta, sumido. Existia apenas o casal. Que se encontrava num beijo demorado sobre a imensidão azul do mar. Sim, pois estavam num barco, deslizando sobre a Baía de Guanabara.
As águas batiam no casco do barco e as ondas forçavam-no a balançar. Balanço que ritmava o encontro. Encontro de duas almas ali tão íntimas. Intimidade coroada com aquele beijo bom.
O mar é grande. Mas sumiu no tempo exato daquele beijo, naquele lugar, com aquele casal que explicava - a quem não soubesse - o significado de amor, paixão, carinho, querer bem, gostar de estar com, felicidade, encontro, desejo, comunhão, troca, carpe diem... 
Sem escolha, o mar, tão grande, rendeu-se à paixão e ao carinho humanos naquele longo espaço de beijar.

2 comentários:

  1. Até eu iria me render a um beijo tão intenso neste lindo mar.
    Qual o ser humano que não gostaria de beijar tão apaixonadamente neste lindo lugar?

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  2. Pois é... E foi um beijo real, lindo...
    Beijo pra vc, Oswaldo! Passe sempre por aqui.

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