sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Sonho turquesa
Mergulhou, enfim. Não no mar: no ar. E era tanta a imensidão azul que lhe invadia os poros, lhe atiçava os pelos e lhe acalmava a alma que tudo parecia passar à sua frente em câmera lenta. Sonho turquesa de infinita paz.
Ali, no ar, flutuava docemente enquanto se esquecia de que há problemas na vida.
Ali, no ar, dançava ao som do vento que a conduzia, na certeza de um momento divinamente especial.
Ali, no ar, perdia medos e segredos; tornava-se feliz. Libertamente feliz.
Lançava-se ao vento, sem medos. Espaço sem coação ou obrigações, pleno dos viveres bonitos que tanto ansiava que fossem reais. Seus e reais. Sorria e era feliz naqueles instantes de flutuação que se estendiam como uma toda vida. Gozava cada segundo. Sorvia. Nutria-se. Carpe diem, carpe diem.
Agarrava-se ao sonho azul. Porque sabia que em breve acordaria numa manhã cinzenta,
cujas nuvens densas invadiriam com pesar

a palidez de sua vida.