Apenas
Tudo parecia
ter sido previamente combinado com os céus. O dia todo fora o mais lindo de que
ela se lembrava; a tarde, agradabilíssima; e agora, justamente quando dia e
noite se fundiam, numa dúvida tremenda quanto a se despedirem ou não, aquele
crepúsculo especial estava divinamente único. Estava o ocaso encantador, tingido
de vermelho e azul negro, especialmente naquele dia. Ela contemplava o
horizonte, braço dado ao seu amado, cabeça reclinada sobre seu ombro. Inspirava
e expirava, sentindo seus corações baterem sincronicamente. Era um silêncio e
uma paisagem que diziam tudo, ainda que sem palavras. O mundo poderia acabar
ali, como tanto se anunciava, não se queixaria nem um pouco se isso
acontecesse. Toda a perfeição de um mundo, se pode ser reduzida a um segundo,
era àquele.
Quando o amor
acontece, nada mais que importa existe. Param tempo, ritmos, calendário. Compõe-se
um cenário que testemunha junto à natureza a grandeza do que se sente. Apenas.
Belíssimo o seu texto... Emocionante, sensível, lindo. Parabens.
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