Quarenta e oito horas
"O tempo põe o grisalho na sua barba, o tempo leva o poder de explosão
e enquanto isso você está pensando - como um tolo - que ele ainda está ao seu lado." (Stephen King)
Queria que o dia de hoje tivesse quarenta e oito horas.
Só hoje. Não seria necessário mudar calendários, ampulhetas ou relógios: só
queria que o dia de hoje tivesse quarenta e oito horas. Olho ao redor e vejo
tarefas, compromissos, solicitações. Tudo a ser feito, pouco já executado, nada
com tempo de folga. Por que a vida é assim, tão regrada, milimetricamente, ao
som do tic tac, incessante onomatopeia que nos dimensiona o quão finitos
somos?
Sei que se trata de um querer impossível, cuja
concretização é essencialmente abstrata. Mas fica o desejo de que esse tempo se
estenda, congelem-se os minutos e os segundos passem em slow motion...
O tempo todo nosso tempo escoa, o tempo voa,
amor... escorre pelas mãos... E não há o que faça voltar os segundos,
horas, minutos que um dia teimaram em ir. O que nos resta? Viver. Amar dessa
vez como se fosse a última. Brindar a brevidade da vida chorando o dia que se
vai. Pois ele sempre irá. E, com ele, nós.
Vaidade, tudo é vaidade, já dizia o pregador, que
talvez quisesse nos ensinar que tudo passa, na massacrante valsa do tempo.
Eu? Apenas queria que meu dia hoje tivesse quarenta e
oito horas.
Mas sei que se isso ocorresse, reclamaria por setenta
e duas.
É...assim mesmo,o tempo só voa. Temos é que aproveitá-lo bem. Gostei do texto.
ResponderExcluirObrigada por registrar o comentário. Volte sempre. Um abraço.
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