O menino e seus mestres
O menino
segurou firme a mão da mãe e ambos subiram os três degraus que separavam a rua
da porta da Escola. Era lindo aquele prédio... Muitos desenhos de bichinhos,
plantas por todos os lados, flores multicores e mensageiros dos ventos
espalhados pelo jardim. Chegou a pensar que sonhava, mas sabia que, se em
sonho, seu coração não bateria tão alto como agora. Sua mãe acariciou-lhe a
mãozinha, percebendo o nervosismo. Abaixou-se à altura do menino, beijou-lhe a
testa com carinho e disse:
- Meu anjo,
este será o melhor dia da sua vida.
Então, em meio
a muitas outras crianças e mães, ele a viu. Era alta, de cabelos negros, longos
e encaracolados. Usava grandes óculos de aros vermelhos, no meio dos quais seus
olhos castanhos brilhavam. Tinha um sorriso nos lábios que parecia com o de sua
mãe. Abriu os braços ao ver o menino:
- Então você
chegou! Estava mesmo te esperando!
E enquanto
dizia, abaixava-se à altura do menino (à semelhança, outra vez, da mãe), para
recebê-lo com um abraço. O menino foi deixando de lado o medo e se sentindo
acolhido e querido. Sabia que ficaria bem. Despediu-se da mãe, largando-lhe,
finalmente a mão.
Era o primeiro
dos muitos dias que viveria, feliz e seguro, na companhia dela. Tânia, Luísa, Fernanda,
Cristina; Fabiano, Sérgio, Simone, Anderson; Patrícia, Selma, Valdilene, Luiz.
Muitos nomes seus professores tiveram, ao longo de sua vida, cada um lhe
deixando muito de saber, muito de viver, muito de amar. O menino crescia e seu
amor por tantos mestres que lhe ampliavam a vida somente aumentava. Colhia suas
histórias, seus ensinamentos, a doação do que eram e sabiam como se colhe o
néctar de uma flor: com paciência e ternura. Aproveitava a alegria que era
seguir ao lado deles – professores doutores em alegria, em simpatia, em
altruísmo e emoção. Divertia-se com as músicas que traziam, emocionava-se com
os filmes que passavam, refletia com tantas de suas palavras e textos. Eles
faziam o menino descobrir que ele também muito sabia; e isso aumentava o brilho
do olhar, a emoção e a surpresa ao conhecer o que ainda não sabia, mas que,
suavemente, se descortinava ante seus olhos pelas doces mãos de seus mestres.
Quando cresceu
ao ponto de decidir o que queria fazer da vida, não teve dúvidas: escolheu ser
professor. Porque todo o amor (e mais, muito mais) que recebera de seus mestres,
ao longo da vida, deveria ser distribuído a muitos outros meninos. Inseguros e
grudados nas mãos de suas mães até descobrirem tanta magia e beleza (e mais, muito mais) que só
pode existir num professor.
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Me fez lembrar de tanta coisa, tantos professores. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada por passar por aqui e comentar! Abraço!
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