domingo, 21 de outubro de 2012

Aquela chuva...
Arrumou-se toda, aquela noite. Objetivo? Arrasar muito. Vestido perfeito, saltos magníficos (num corpo como aquele qualquer peça ganharia o status de perfeição). Cabelos escovados, jogados para o lado. Maquiagem carregada, mas sem perder a elegância. Bolsa com tudo o de que precisava.
Saiu de casa. O barzinho era bem perto de onde ela morava, então decidiu ir a pé. Mas começou, subitamente, a chover. Pingos grossos, ritmados numa sonoplastia de raios, relâmpagos, trovões. Meu Deus, e minha produção? Começou a correr, na tentativa de fugir da chuva. Besteira. Conseguiu apenas enfiar o salto num vão entre os paralelepípedos, danificando-o. Esse sapato era novo! Mais chuva, mais chuva, corre que corre e, enfim, alcança a calçada do bar. Aperta-se entre outros clientes e entra. Olha-se no espelho da recepção.
Arrumou-se toda, aquela noite. Desarrumou-a toda, aquela chuva.

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