Tempo
Pousou a mão direita, lentamente,
sobre a esquerda. Olhou-as. Era difícil ver o quanto envelhecera. Olhou-as com
dor e pesar, com lembranças de uma vida que fora vivida há tanto tempo, meu
Deus, que nem parecia mais ser a sua.
Respirou fundo. E uma lágrima
deslizou, insana, por aquela sua velha face, tão enrugada quanto as mãos que
ainda observava. Ali, quieta, a espiar o tempo que lhe deixara tantas marcas –
ou será que espiava apenas as tantas marcas deixadas pelo tempo? – tentou, mas
não conseguiu impedir a lembrança de uma canção que ouvira quando jovem, e que
agora sabia, sempre trouxera uma doce verdade: O tempo não para.
Ergueu-se da poltrona de forro desbotado, tomou uma taça e
encheu-a de vinho. Sozinha na sala, abriu um sorriso amarfanhado e ergueu a
taça, trêmula, num derradeiro brinde ao Tempo.
Muito bom!
ResponderExcluirObrigada por comentar, Matheus! Volte outras vezes! Beijo!
ResponderExcluirLindo esse seu conto..,
ResponderExcluirQuerida amiga, Simone, ainda bem que deixastes fluir a ponto de transbordar aos míseros leitores tanta inspiração. Estou bastante emocionado com o texto, melhor, com a poesia em prosa do "TEMPO" que com maestria você transformou em linhas. Parabéns, amiga!
ResponderExcluirMeu querido amigo: obrigada pelo constante carinho. Você me inspira. Beijo grande!!
Excluirlindo texto!faz-nos pensar...bjsssss
ResponderExcluirSarita, obrigada por comentar! Passe sempre por aqui! Beijo!!
ExcluirParabéns pelo texto; traga outros e deixa fluir sua reflexão.
ResponderExcluirObrigada por comentar... Volte sempre!! Beijo!!
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